François Kwame – Capítulo Final: A Glória Eterna

O capítulo final

Após alguns dias de negociação, Kwame e seu empresário decidem aceitar a proposta do Nacional. Essa será a primeira experiência do nosso protagonista fora da Europa e embora não tenha sido uma decisão fácil, pois ele ainda tinha mercado no continente europeu, o fato de poder atuar em um clube gigante do Uruguai e um dos mais importantes da América, além de ter a chance de recuperar o seu melhor nível atuando em um mercado que é bastante visado, pesou na escolha final.
Kwame é apresentado oficialmente no Rey de Copas e ganha a camisa 10. Que moral!

A temporada começa e o agora experiente atacante começa a perceber o quanto o povo de etnia negra sofre de racismo no país. A mídia tendenciosa corrobora com torcedores que zombam de atletas mulatos, seja de origem africana ou não. O que pela lógica poderia ser o maior empecilho moral para Kwame desanimar de vez do futebol, na verdade se torna uma grande motivação para defender essa causa e vencer o preconceito em campo.

Ao longo do tempo, ele começa a mostrar polivalência em campo, afim de se adaptar em qualquer posição do ataque que o treinador queira utilizá-lo. Aos poucos ele vai se tornando um atacante com mais recursos, como o drible e primoroso no 1 contra 1. Seja como segundo atacante, centroavante ou falso 9, Kwame começa a despontar no campeonato Uruguaio, marcando incríveis 16 gols em 30 jogos, além de contribuir com 7 assistências.

Na briga direta contra o seu maior rival Penarol, o Nacional conquista o título do apertura, quanto o clube auri-negro conquista o clausura. Na tabela geral, o Nacional ficou a frente e ganhou a vaga na grande final uruguaia, justamente contra o Penarol.

No jogo de ida vitória do Penarol por 3×2 em um jogaço. Kwame deu assistência para os dois gols do Nacional.
Jogo de volta em pleno estádio Gran Parque Central lotado e o Nacional com a necessidade de reverter o placar para se sagrar campeão. Após passar o primeiro tempo em branco, na segunda etapa Kwame marca um Hat Trick, fazendo seu time vencer por impiedosos 3×0 e levantar o troféu de campeão uruguaio!

Com a rápida adaptação de Kwame no clube uruguaio, a barreira racial começa a ser quebrada, pois ele começa a cair nas graças da torcida, inclusive ganhando o respeito das organizadas mais importantes do clube.
Agora, o atual campeão uruguaio, que ganha uma vaga direta na fase de grupos da libertadores, vai em busca da “Glória Eterna”, título que não conquista desde 1988.

No sorteio, como cabeça de chave, cai no grupo com Velez Sarsfield, Melgar e Fortaleza e termina como primeiro da chave.

Nas oitavas de final vence o Tolima pelo placar agregado de 5×2. Nas quartas, pega o Internacional e se classifica com um placar agregado de 4×3.

Semifinal e Final

Nas semifinais um confronto duríssimo contra o Palmeiras será determinante na caminhada de Kwame e Cia. Por ter a melhor campanha, o clube brasileiro tem a vantagem de decidir em casa.

O jogo de ida começa pegado e antes do intervalo o Nacional tem um zagueiro expulso. No segundo tempo, com um jogador a menos, o Palmeiras se aproveita e abre o placar com Everton Cebolinha, que seria o resultado final do jogo, 1×0.

Enquanto muitos dão a eliminação como certa, o elenco do Nacional de fecha e mantém concentração máxima para o jogo de volta fora de casa. Como esperado, a equipe paulista vem com tudo pra cima e acumula 2 bolas na trave no primeiro tempo. Na etapa final a pressão continua, até que aos 42′ em um lance de contra-ataque rápido, enquanto os donos da casa administravam o jogo, a bola é levantada na área e Kwame sobe mais alto do que todo mundo pra testar para o fundo das redes. Festa da torcida uruguaia!

O resultado persiste até o apito final e o jogo vai para os pênaltis. Com aproveitamento perfeito de ambos os lados, tendo convertido 4 vezes cada um, o Palmeiras desperdiça a 5° cobrança. Kwame vem em direção a bola para cobrar o que pode ser o pênalti da final. Ele está concentrado olhando para a bola, o juiz apita e… Gol! Nacional na final da Libertadores! Histórico!!

Chega então a grande decisão na Arena Fonte Nova, em Salvador. O rival? River Plate da Argentina, clube tradicionalíssimo na competição e multi campeão nos últimos anos. Bandeirões para todos os lados, as torcidas cantando sem parar, clima típico de final de Libertadores. O Nacional engasgado com a seca de um título expressivo e Kwame focado no que pode consolidar o auge de sua carreira, afinal ele é artilheiro da competição com 10 gols e não pode mais ser alcançado.

O jogo começa! Durante os 10 primeiros minutos se estudando, os times mantém cautela e o jogo se mostra truncado, com cartões distribuídos para ambos os lados. O tempo passa e quando o relógio marca 24′ do primeiro tempo, o VAR aciona o árbitro para indicar um possível toque de mão dentro da área do River. Ele analisa as imagens e aponta, pênalti para o River Plate! Na cobrança, Dybala (aquele mesmo) manda para as redes, 1×0.

No intervalo, o técnico trata de motivar os seus jogadores e Kwame, que já é um dos líderes do elenco, faz um discurso emocionante em espanhol, idioma que ele aprendeu durante toda a sua moradia na Espanha:

– “Quando eu cheguei aqui, estava determinado a dar a volta por cima na minha carreira. Mas aí veio as falas de que este é um país com muitas pessoas racistas e eu comecei a perceber uma certa cisma da torcida também. Mas hoje temos a chance de fazer história aqui e gravar os nossos nomes na história do clube. Mesmo que ninguém acredite em nós e mesmo que eu volte para o meu país amanhã, esse título só depende de nós e eu vou lutar até o final com vocês, pois foi assim que meu pai me ensinou, quando ninguém acreditar faça acontecer.”

O segundo tempo começa. A postura do time é totalmente diferente, com ímpeto de buscar a igualdade no placar, o Nacional começa a pressionar no campo de ataque, até que logo aos 9 minutos sai o gol de empate, após jogadaça de Kwame.

Faltam 2 minutos para o relógio atingir os 45′ do segundo tempo e sobe a placa indicando 5 minutos de acréscimo.

As pernas estão pesadas, o jogo se encaminha para a prorrogação. Kwame, que já não é mais aquele jovem atleta, sente o cansaço de um jogo intenso e deve ser substituído após o apito final.

Porém, o time se lança para o ataque e todos estão com o discurso de Kwame na mente, até que em uma arrancada de De La Cruz (ex River) e uma triangulação perfeita, a bola chega nos pés de Kwame, de frente para o gol. Em fração de segundos passa um filme em sua cabeça, principalmente com o lance que gerou a sua lesão no Atlético de Madrid. Ele suspira profundamente, olha o posicionamento do goleiro e dá um corte de perna trocada, o tirando da jogada e ficando com o gol aberto. Ele chuta e… Gol do Nacional, aos 49 minutos de jogo!

Não há tempo para mais nada. Fim de jogo e Nacional campeão da Copa Libertadores da América após 40 anos!!

A torcida grita o nome de Kwame e para a sua surpresa ele avista um bandeirão com seu retrato. Agora ele não só cai em si de que deu a volta por cima, mas também se consagra como um HÉROI AFRICANO na América.

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