No futebol, quando um atleta é convocado para defender as cores da seleção de seu país, é sinônimo de que sua carreira pode estar no ápice ou pelo menos próximo disso. Alguns jogadores ficaram marcados pelas grandes exibições nos clubes que defenderam, alcançando o auge da carreira e jogando em alto nível, no entanto, podem não ter tido o mesmo desempenho por um selecionado.
Este post não tem como objetivo trazer paralelos ao assunto principal, porém é interessante destacar que também acontece (e muito) o efeito contrário, de um atleta que joga, ou jogou, absurdamente bem por sua seleção, mas não consegue performar igual em clubes, como é o caso de James Rodrigues pela Colômbia, Mesut Ozil pela Alemanha, Kramaric pela Croácia, Shaqiri pela Suiça, Eduardo Vargas pelo Chile; entre outros.
O Blog F100F preparou a seguir, uma lista com 5 jogadores que “floparam” em suas seleções. Foi difícil realizar um filtro com somente 5 atletas uma vez que, naturalmente, existem muitos nomes que poderiam estar aqui.
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Ezequiel Lavezzi – Argentina
Para a galera nascida até no final dos anos 90 e começo dos anos 2000 será fácil lembrar da carreira do atacante Ezequiel Lavezzi. Jogador forte, com potência no chute, grande presença de área e goleador, Lavezzi surgiu no modesto Estudiantes de Buenos Aires e passou pelo San Lorenzo, onde em 2007 chamou a atenção do Napoli-ITA, clube que defendeu por 5 temporadas. No clube napolitano, atuou ao lado de Edinson Cavani, formando uma das melhores e mais letais duplas de ataque do futebol italiano e sendo um dos pilares de um time que tinha nomes como Marek Hamsik, Christian Maggio e Goran Pandev em seu elenco.
No entanto esse destaque não se repetiu na seleção argentina. Lavezzi defendeu as cores Albiceleste durante um período de 10 anos, de 2007 a 2017 e no total entrou em campo em 51 jogos oficiais, balançou as redes 9 vezes e distribuiu 9 assistências.
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Jack Wilshere – Inglaterra
Tido como uma das maiores promessas do futebol inglês, Jack Wilshere é sem sobra de dúvidas um grande exemplo de jogador que não correspondeu às expectativas da torcida em campo. Porém, apesar do “Flop”, Wilshere viveu grandes momentos com a camisa do Arsenal, jogando como um meia central marcador mas que também tinha bom passe e boa chegada ao ataque. Não é atoa que ele já recebeu as suas primeiras convocações para as seleções de base da Inglaterra quando tinha só 16 anos e em 2010 com apenas 18 anos foi convocado para defender a seleção principal, pelo então técnico Fabio Capello. Por lá foram apenas 2 gols e 2 assistências em um total de 34 jogos entre 2010 e 2016.
Para os torcedores do Arsenal, ele poderia facilmente se tornar um dos maiores meio campistas formados no clube, tamanho era o potencial visto em seu futebol, porém ao longo do tempo as lesões foram o grande carrasco da carreira de Wilshere, que sempre que tinha a oportunidade de se reinventar no futebol, acabava esbarrando nas suas limitações físicas. Diante do histórico de lesões, cirurgias e dos grandes períodos de afastamento dos campos, o declínio em sua carreira começou a ser cada vez mais notável, até que após um empréstimo frustrado ao Bournemouth, saiu do Arsenal para tentar a chance de recuperar o bom futebol no West Ham, também sem sucesso. No final de sua carreira, Wilshere ainda voltaria ao Bournemouth e se arriscaria em uma transferência bem alternativa para o modesto Aarhurs, da Dinamarca, até anunciar a sua aposentadoria dos gramados em 2022, com somente 30 anos de idade. Curiosamente nesse meio termo, o meia inglês foi especulado no futebol brasileiro, tendo sido sondado pelo Fortaleza, mas não houve negócio. Atualmente ele é auxiliar técnico do Norwich City, da segunda divisão inglesa.
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Mario Balotelli – Itália
Polêmico mas goleador, indisciplinado mas fundamental, marrento mas letal. São muitos os contrastes vividos por Mario Balotelli em sua carreira, que pode ter sido um tanto quanto cruel com ele em termos de reconhecimento a nível internacional.
Não podemos negar que mesmo não sendo considerado um jogador de “primeira prateleira”, Balotelli foi um dos grandes centroavantes a chamar atenção atuando nas grandes ligas europeias, sobretudo em suas passagens vitoriosas por Inter de Milão e Manchester City, onde conquistou títulos importantes. Sempre demonstrou qualidade técnica, faro de gol e muito protagonismo, mas em diversos momentos acabou ofuscado pela sua personalidade explosiva e indisciplinada, dentro e fora dos campos.
Em clubes, o craque teve o seu auge atuando em alto nível na Serie A italiana, Premier League e Champions League e costumava ser sempre lembrado nas convocações da seleção italiana inclusive tendo a oportunidade de disputar uma Eurocopa (2012) e uma Copa do Mundo (2014). Porém, embora tivesse tudo para ser o principal ou um dos principais nomes da “squadra azurra”, a carreira do Super Mario, como foi apelidado, apresentou uma grande curva decrescente, o fazendo sair dos holofotes para atuar em ligas menores, como Suíça e Turquia, acarretando no iminente esquecimento por parte dos treinadores que passaram pela seleção e culminando em um fim de ciclo para ele. Em jogos oficiais pelo selecionado italiano, o atacante soma 36 partidas, 14 gols e 5 assistências, números relativamente abaixo do esperado para um centroavante de alto nível.
Atualmente Balotelli está com 34 anos e possui um contrato curto com o Genoa, da Itália, e já foi especulado até mesmo no futebol brasileiro.
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Hatem Ben Arfa – França
Todo bom amante de Pro Evolucion Soccer, certamente já teve ou tentou contratar Ben Arfa para o seu time. Tal interesse se deu por conta do bom futebol apresentado pelo ex meia de Newcastle, Olympique de Marselha e PSG. Jogador que poderia atuar em diversas posições ofensivas em campo, Ben Harfa iniciou a carreira como como um ponta direta de extrema qualidade, e com o tempo também chamou atenção atuando como um meia ofensivo, como no Newcastle e no Lyon, por exemplo, dois dos clubes onde mais atuou, juntamente com o Marselha.
No entanto, tanta qualidade pelos seus clubes não se refletiu nas oportunidades pela seleção francesa. Ben Harfa, que também possui nacionalidade tunisiana, passou a maior parte de sua carreira na França, defendendo equipes tradicionais do país, como as já citadas acima, além de Rennes, Nice e Lille. Pela seleção, acumulou convocações por quase todas as categorias de base, desde o sub-16 ao sub-21 dos Les Bleus, e foi chamado para a seleção principal pela primeira vez em 2007, pelo ex técnico Raymond Domenech, com apenas 20 anos. No total foram somente 15 jogos pela equipe principal do selecionado, com 2 gols marcados e 1 assistência.
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Anderson Talisca – Brasil
Para alguns esse é um caso que está mais ligado a um jogador injustiçado quando o assunto é seleção, para outros é algo natural se tratando de um atleta que nunca conseguiu atuar por clubes de grandes ligas, optando por fazer sua carreira em ligas emergentes. Ainda assim, incluímos esse personagem na lista propositalmente, como a única exceção entre os atletas desse post, por jamais ter tido sequer uma chance de entrar em campo pela seleção de seu país.
Revelado pelo Bahia, Talisca atuou por pouco no tempo no futebol brasileiro, antes de rumar para Portugal em uma transferência para o Benfica, no que seria a venda mais cara da história do Bahia àquela altura. No geral, Talisca soma bons números com a camisa dos Encarnados, com 78 jogos, 20 gols e 4 assistências e, ao longo deste período, acumulou empréstimos para o Besiktas, da Turquia, onde se tornou ídolo da torcida, e Guangzhou Evergrande, da China. Com o destaque, foi convocado pelo técnico Dunga pela primeira vez em 2014, porém não chegou a entrar em campo, fato que se repetiria em 2018 e depois disso jamais foi lembrado por nenhum técnico da seleção principal e até hoje NUNCA teve a oportunidade de atuar em uma partida oficial pela amarelinha.
Talisca foi recém contratado pelo Fenerbahçe, da Turquia, país onde tem grande identificação, após grande destaque com a camisa do Al Nassr, da Arábia Saudita, onde soma impressionantes 76 gols e 10 assistências em um total de 104 jogos. Certamente um ícone do futebol saudita e que ficará marcado na história esportiva do país.
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